Encontro discute a gestão dos escritórios contábeis
Novos horizontes foram apresentados durante o 1º Egescon, evento promovido pelo Sescon/RS para cerca de 300 empreendedores contábeis
Gilvânia Banker
Com a ideia de construir novos cenários profissionais, trocar ideias e alternativas para o desenvolvimento das instituições contábeis, o 1º Encontro Gaúcho das Empresas de Serviços Contábeis (Egescon), organizado pelo Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas do Estado do Rio Grande do Sul (Sescon/RS), marcou o início de um longo debate para a categoria. A entidade abrange mais de 4.500 escritórios de contabilidade e, nos dias 18 e 19 de março, reuniu cerca de 300 profissionais durante o evento, no auditório da Amrigs.
Além do foco na gestão, o presidente do Sescon/RS, Jaime Gründler Sobrinho, lembrou a importância do preparo dos profissionais para os novos instrumentos tecnológicos. “Temos de assimilar as inovações que batem às nossas portas diariamente. Mas, para que isso aconteça, faz-se necessário qualificar a mão de obra”, destacou. O dirigente tomou para si a parcela de responsabilidade da entidade em proporcionar essa capacitação, ao justificar a necessidade de realizar eventos como o Egescon e os cursos que a entidade costuma oferecer. “É um evento que pensou nas necessidades do empreendedor da contabilidade”, resumiu.
Para estimular os participantes a repensar e investir nos negócios, o Egescon apresentou um case de sucesso do empreendimento de Rui Cadete, ex-presidente do Sescon do Rio Grande do Norte e sócio-fundador do escritório que leva o seu nome. Fundada em 1991, a Rui Cadete Consultores e Auditores Associados começou com o ímpeto do seu fundador em criar algo diferente em sua cidade. Ele conta que precisou de muita garra, mas contou com a parceria de sócios e de bons profissionais. Cadete diz que os contadores precisam transformar seus “escritórios em empresas” e sair da condição de técnicos para a de empreendedores. Na Rui Cadete, a mudança maior se deu no instante em que foi implantado o sistema de governança corporativa. Com quatro conselheiros externos e dois internos, a instituição, segundo ele, vem atingindo e superando suas metas. “Os sócios passaram a ser gestores, e muitos deles começaram a dar melhores resultados”, diz ele. Nessa fase, comenta, é importante estabelecer as regras e os termos de trabalho e contratuais. Apesar de sofrer redução de trabalhadores em alguns momentos nessas duas décadas de existência, Cadete garante que é melhor ter menos funcionários, mas com mais qualidade e empenho.
“Não se faz nada sozinho, os contadores precisam ter consciência de que o principal é concentrar esforços em formar uma boa equipe”, orientou Cadete. “Entender de números apenas é insuficiente, temos que gostar de gente”, salientou. Ele sabe que pode contar com cada um dos seus profissionais que, segundo ele, são muito bem remunerados e reconhecidos. “As pessoas são o maior patrimônio de uma organização, cuidem bem delas”, orientou. Na companhia nordestina, o plano de valorização, por exemplo, é constantemente verificado e discutido coletivamente.
Fonte: Jornal do Comércio – JC Contabilidade (27/03)