Maioria dos contadores se opõe às propostas de Reforma Tributária, revela pesquisa

Maioria dos contadores se opõe às propostas de Reforma Tributária, revela pesquisa

Uma pesquisa recente, realizada pela IOB, revelou que a maioria dos contadores é contrária às propostas da Reforma Tributária.

Dos entrevistados, 47,7% expressaram oposição às mudanças, destacando preocupações com a alta carga tributária e a complexidade do novo sistema. Em contraste, 40,8% vêem aspectos positivos na simplificação dos impostos e na correção de distorções tributárias, enquanto 11,5% não souberam opinar.

Um ponto central da Reforma Tributária é a substituição de impostos. A proposta cria o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) para substituir os impostos estaduais, Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto Sobre Serviços (ISS), e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) , que unifica os impostos estaduais, como o Programa de Integração Social (PIS) e o Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) .

O objetivo dessa mudança é simplificar o sistema tributário brasileiro, proposta que foi bem recebida pelos profissionais, visto que 54,1% dos contadores disseram concordar, enquanto 31,1% discordaram e 14,8% não souberam opinar.

Por outro lado, a norma que sugere redução de 60% nas alíquotas de IBS e CBS para 14 produtos e serviços específicos gera controvérsia. Segundo a medida, alguns serviços como educação e saúde, medicamentos, alimentos destinados ao consumo humano, entre outros itens considerados essenciais, seriam beneficiados pelo alívio da carga tributária. Contudo, apenas 26% veem a medida como justa, enquanto 58,6% discordam, levantando questões sobre a equidade e eficácia da redução proposta.

A redistribuição da carga tributária entre os setores da economia também está entre os aspectos mais sensíveis da proposta. Esta reformulação visa aliviar a carga sobre segmentos como indústria, alojamento e alimentação, enquanto potencialmente aumenta para construção civil e diversos serviços. No entanto, 48,9% dos contadores consideram a proposta injusta, expressando a necessidade de revisões para garantir um equilíbrio adequado. Em contraste, apenas 15,4% dos profissionais entrevistados acreditam que a redistribuição é justa. Além disso, 18% ficaram neutros em relação ao tema, enquanto 17,5% não souberam opinar.

Inclusive, 46,5% dos contadores não acreditam que a Reforma alcançará o objetivo de tornar os tributos mais igualitários, enquanto 25,7% acreditam que sim. Outros 14,2% estão neutros e 13,6% não souberam opinar. A percepção de falta de equidade na reforma mostra a necessidade de ajustes na proposta.

A falta de transparência e previsibilidade do novo sistema é uma grande preocupação para os contadores. Apenas 12,7% consideram o sistema proposto transparente e previsível, enquanto 51,7% acham o contrário. Neutros somam 19,3% e 10,9% não têm opinião formada. A clareza e a previsibilidade são cruciais para que os profissionais possam planejar e adaptar seus serviços de maneira eficaz.

Impactos da reforma tributária para contadores

Sobre a demanda por serviços contábeis, 59,5% dos contadores preveem um aumento com a implementação da Reforma, enquanto 29% acreditam que não haverá mudança e 11,5% não souberam opinar. Essa expectativa de aumento na demanda sugere que a reforma pode trazer mais complexidade ao trabalho dos contadores.

Em relação ao impacto nos preços dos serviços de contabilidade, os profissionais ainda se mostram divididos, visto que 37,2% acreditam que os preços subirão, 37,8% estão neutros, 12,1% acham que os preços cairão e 12,7% não souberam opinar. Essa divisão de opiniões reflete a incerteza sobre como a reforma afetará os custos operacionais dos escritórios de contabilidade.

Perfil dos entrevistados

A pesquisa reflete as diversas preocupações e esperanças dos contadores em relação à Reforma Tributária, destacando a necessidade de ajustes e maior clareza nas propostas para alcançar um consenso entre os profissionais da área.

Os entrevistados entrevistados representam 48% são proprietários de escritórios de contabilidade, 26,9% atuam como gerentes ou coordenadores, 15,1% são analistas, 4,2% são diretores, e 5,7% ocupam outras posições.

Quanto ao porte dos escritórios, a maioria (45,9%) são microempresas, com faturamento anual de até R$ 360 mil. Os escritórios de pequeno porte, com faturamento entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões, representam 26,6%, enquanto as médias empresas, com faturamento entre R$ 4,8 milhões e R$ 300 milhões, somam 18,4%. Grandes empresas, com faturamento acima de R$ 300 milhões, correspondem a 9,1% das respostas.

A pesquisa também revelou que a maioria dos escritórios (67,4%) possui até 20 funcionários, demonstrando a predominância de pequenas empresas no setor contábil.

Por Danielle Nader

Fonte: Contábeis

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