Receita do governo é recorde em janeiro, mas aumento é fraco

Zemanta Related Posts ThumbnailA receita do governo federal começou o ano com resultados abaixo do necessário para o cumprimento das metas oficiais.

Divulgada hoje, a arrecadação de impostos e outros tributos somou R$ 123,7 bilhões no mês passado, numa expansão de 0,9% acima da inflação sobre janeiro de 2013.

O montante é recorde histórico, mas a taxa de crescimento é fraca diante das expectativas da área econômica -que depende de mais receita para contrabalançar a escalada das despesas neste ano eleitoral.

Na semana passada, quando anunciou as metas fiscais para 2014, o governo Dilma Rousseff projetou um aumento de 3,5% acima da inflação para a arrecadação tributária.

Trata-se de uma taxa elevada para uma economia que oscila entre a estagnação e a retração. Tributos importantes, ao invés de aumento, mostram queda da arrecadação.

Incidentes sobre salários e lucros, o Imposto de Renda e a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) tiveram perda de receita de 1,3% e 2,7%, respectivamente.

Principal tributo da União incidente sobre o consumo, a Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) também mostrou perda, de 4,8%.

A Receita Federal, no entanto, não atribui esses resultados ao ritmo econômico lento -ao menos, não exclusivamente.

Segundo o órgão, a arrecadação de IR e CSLL pode crescer até março, porque no ano passado os empresários optaram por concentrar os pagamentos em janeiro; no caso da Cofins, houve mudanças na legislação de 2013 para cá.

De positivo, as contribuições para a Previdência Social somaram R$ 26 bilhões, com alta de 11,6% -acima dos 6,5% esperados pelo governo para o ano.

O tributo incide sobre as folhas de salários e seu desempenho é favorecido pelos níveis historicamente elevados de empregos com carteira assinada, daí as projeções oficiais ambiciosas.

Como de costume, a equipe econômica da presidente trabalha com expectativas otimistas para o crescimento da economia e da arrecadação tributária.

Espera-se uma expansão do Produto Interno Bruto, ou seja, da renda do país, de 2,5%; para a maior parte dos analistas e investidores do mercado, a taxa não passará de 1,7%.

Fonte: Folha de São Paulo