Caged mostra mercado de trabalho resistente
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de setembro, anunciados nesta quarta-feira, 15, pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mostram um mercado de trabalho resistente dentro de um cenário macroeconômico com os demais indicadores ruins. A avaliação é do economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Segundo ele, há uma possibilidade de que o momento mais desfavorável do emprego no País já tenha ficado para trás.
Segundo o MTE, o saldo líquido de empregos formais gerados em setembro foi de 123.785 vagas, sem ajuste sazonal.
“O número é mais um sinal de que o mercado de trabalho tem uma resistência bastante grande, tendo em vista a piora de outros indicadores”, afirmou o economista-chefe do Banco Fator. “Também é possível que ele já tenha passado pelo pior momento. É mais um mês em que a atividade vai mal, a expectativa vai mal, mas o mercado de trabalho vai bem, dando sinais de persistência”, opinou.
Gonçalves estava exatamente no piso do levantamento do AE Projeções. Questionado sobre o que gerou a surpresa com o número do Caged, ele respondeu que o setor de comércio foi o responsável pela maior distorção entre sua expectativa e o resultado efetivo.
“O comércio já havia ido bem no mês anterior e continuou indo bem”, comentou, referindo-se ao setor que gerou 36.409 vagas no Caged de setembro. Em agosto, o comércio havia criado 40.619 postos, conforme os dados originais do Ministério do Trabalho e Emprego.
Emprego na indústria cai 0,34% em setembro ante agosto, diz Fiesp.
Após cair 0,37% em agosto ante julho, o nível de emprego da indústria paulista recuou 0,34% em setembro na comparação com agosto, na série com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira 15, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Na mesma base de comparação, só que na série sem ajuste sazonal, o Índice de Nível de Emprego recuou 0,24% no período, ante queda de 0,58% em agosto ante julho. Em números absolutos, a indústria paulista teve um saldo de seis mil demissões no nono mês do ano.
Em relação a setembro do ano passado, o nível de emprego da indústria paulista diminuiu 4,32%, ao registrar um saldo de 115 5 mil demissões no período. Já no acumulado deste ano até setembro, o setor manufatureiro paulista encerrou 38 mil vagas de trabalho, o equivalente a uma queda de 1,44% do nível de emprego.
Dos 22 setores nos quais a Fiesp divide a indústria no Estado, 10 demitiram funcionários em setembro, nove contrataram e três mantiveram seu quadro de empregados. A indústria que mais demitiu foi a de produtos alimentícios, com o fechamento de 1.633 vagas.
Governo mantém expectativa de criar 1 milhão de empregos
O governo federal mantém a expectativa de geração de 1 milhão de vagas de emprego formal em 2014, segundo afirmou o ministro do Trabalho, Manoel Dias. Segundo ele, esse valor será atingido “tranquilamente”. A geração de emprego no ano, de janeiro a setembro, de 904.913 postos de trabalho é 31,6% menor que o resultado do mesmo período do ano passado, que era de 1.323.461 vagas. Além disso, dezembro é um mês em que sazonalmente o número de demissões é bastante alto e o saldo fica negativo.
Logo no início da entrevista, ao comentar sobre o debate entre os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), Dias afirmou: “Ela devia falar mais ainda (sobre emprego). O emprego é o grande sucesso deste governo”, disse.
O ministro afirmou que o Brasil está vivendo um momento de altos investimentos. Dias ainda chamou atenção à criação de 5,784 milhões de vagas no governo Dilma. “Ao fim do ano, chegará a 6 milhões. É um número de sucesso comparado com o mundo”, disse.
Fonte: Diário do Comércio