Pernambuco defende isenção para os bens de capital
Pernambuco vem marcando sua atuação no Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) como principal defensor de uma política para desonerar as aquisições de bens de capital. O Confaz reúne representantes das secretarias da Fazenda de todos os Estados. A ideia é que máquinas e equipamentos adquiridos pelo setor produtivo não sejam taxados com o ICMS, o que beneficiaria principalmente os Estados menos industrializados ou em fase de industrialização.
“Esse é um pleito histórico recorrente dos empresários e que assume enorme importância na atual conjuntura, em que o País necessita de ações concretas e urgentes para enfrentar a crise econômica”, afirma o coordenador da Comissão Técnica Permanente do ICMS na Sefaz-PE (Cotepe), José Cruz.
Ele destaca que a proposta conta com uma forte oposição dos Estados mais ricos, onde também está concentrada a produção de máquinas e equipamentos. “Essa posição é equivocada, pois leva em conta apenas a suposta perda de arrecadação. Não se está considerando o incremento do ICMS que pode ser gerado com o estímulo ao setor industrial que, no Brasil, é o mais penalizado pela crise internacional”, acrescenta.
A aquisição de bens de capital é tributada normalmente pelos Estados com o ICMS e gera créditos a serem ressarcidos em 48 meses. O que em muitos casos, contribui para descapitalizar as empresas que pagam o imposto de uma vez mas recebem os ressarcimentos parcelados ao longo de quatro anos, como desconto no ICMS dos produtos. Pernambuco é contra essa distorção.
Apesar da resistência, a articulação da Cotepe vem gerando resultados. Uma primeira conquista de Pernambuco foi a decisão do Confaz de reduzir provisoriamente o prazo para ressarcimento dos créditos fiscais nessas operações para 24 meses. A redução vale para as aquisições realizadas entre agosto de 2014 e janeiro de 2015.
Em outra frente, o Estado mantém a defesa da desoneração total dos bens de capital, além de matérias-primas e insumos necessários a sua produção. Com esse teor, a Cotepe elaborou e apresentou, em agosto de 2012, a Proposta de Convênio (PC) Confaz 52, que não foi aprovada. Vale ressaltar que os convênios do Confaz têm validade para todas as secretarias da Fazenda do País.
Os Estados pró-desoneração não desistiram e a proposta já passou por várias discussões e alterações nos últimos dois anos. Uma delas foi a criação de um substitutivo, com uma lista de máquinas e equipamentos que seriam isentos. Essa mudança foi feita para atender às secretarias da Fazenda que têm se posicionado contrárias ao projeto. Atualmente, a PC que trata do assunto é a de número 137/2013, que está sendo analisada e aperfeiçoada por um Grupo de Trabalho especial do conselho. Uma das missões do chamado GT 26 é atualizar a lista de itens que serão isentos. “Estamos firmes e vamos nos manter mobilizados”, ressalta José Cruz.
Fonte: Sefaz PE